quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sacações

Tiradas próprias e alheias

* Envelhecer é perceber limites, descobrir erros e pedir desculpas. Jorge Luiz Borges escreveu o seguinte: "A gente crê que o os anos passam para uns, mas passam também para os demais."
Paul Bowles, em seu livro Que venha a tempestade observou: "A vida não é um movimento de avanço e de recuo; nem mesmo do passado para o futuro, da juventude para a velhice, ou do nascimento para a morte. O todo da vida não é igual à soma de suas partes. É igual a qualquer uma de suas partes, não existe soma."
Não concordo.

* De Louis Ferdinand Céline, em seu romance Viagem ao Fim da Noite, na tradução de Rosa Freire D'Aguiar: "... as pessoas se viravam para trás e ficavam com pena dele, do cego. Elas têm muita pena, as pessoas, dos inválidos e dos cegos e pode-se dizer que têm amor em estoque. Há enormemente. Não se pode dizer que não. Só que é triste que elas continuem a ser assim tão ruins com tanto amor em estoque, as pessoas. A coisa não sai, é isso. Agarra-se lá dentro, permanece dentro, não lhes serve para nada. Elas morrem por dentro, de amor."

* De Luis Buñuel, em sua autobiografia Meu último suspiro: "O bar é um exercício de solidão. Antes de mais nada tem que ser tranquilo, muito confortável. Toda música, mesmo distante, deve ser severamente proscrita (contrariamente ao hábito infame que hoje em dia se propaga pelo mundo). Uma dúzia de mesas no máximo, se possível com frequentadores habituais pouco falantes."

* O silêncio é a reverência que a inteligência presta à sabedoria.

* Se há pessoas que não gostam de você, a culpa pode não ser delas.

* A principal característica do suspeito ´pe a sua obviedade. Todo suspeito se anuncia, seja pela presença de gestos ou por sua ausência quase total.

* Sê breve ser ser lacônico.

* Todo presente verdadeiro é passado, eu digo, parafraseando Jorge Luiz Borges, que disse que "todo presente verdadeiro é recíproco".

* Fuja de quem de taz o bem esperando na esquina.

* Do cineasta Domingos de Oliveira: Se juntar todos os escritores, não dá um Dostoievski, maior que Shakespeare, maior que todos.

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